quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O PROBLEMA DE SER EU MESMO

Estou cansado...

   Na verdade estou cansado de dizer que estou cansado. Na verdade, mais do que cansado, estou com a cabeça cheia. Talvez eu tenha realmente que me conformar que minha vida tranquila acabou aos 13 anos, quando tive minha primeira pequena paixão pela menina mais bonita da rua (e consequentemente meu primeiro fora). A partir daí, tudo se complicou, ou melhor, todos os espaços vazios foram sendo preenchidos.
   Não há folga. Na verdade, há uma fila do lado de fora do show, onde todos esperam uma vaguinha para entrar e participar dessa singela tragicomédia. Acabaram-se as cadeiras vagas. Todas as ocupadas já estão reservadas para os próximos anos. Agora o show tem que continuar.
   Ainda tinha uma vaga esperança de que esse ano seria mais tranquilo. Primeiro dia útil do mês, uma bomba no meu colo, um abacaxi para descascar e mais alguns fios de cabelos brancos para a coleção. As coisas se resolvem, voltamos à rotina do trabalho apenas esperando a próxima explosão.
   Será que sobrevivo?
   2010 não será um ano nada simples. Não haverá espaços para blefes. O negócio é confiar nas cartas que você tem nas mãos na hora que decidir colocar todas as suas fichas na mesa. Pé no chão. Um passo de cada vez. As coisas não irão ficar mais simples, mas já está na hora de deixar as velhas preocupações de lado e trocá-las por novas. Afinal, a fila do lado de fora está impaciente. Hora de seguir adiante.
   Seria bem mais fácil dizer "ok, ok, eu desisto. Estou cansado demais, machucado demais, cicatrizado demais. Vou apenas fechar os olhos e dormir junto com a minha mediocridade." Isso sim seria uma forma de simplificar as coisas. Mas, merda,  eu não consigo. Por que diabos sempre opto pelo caminho mais complicado, mais difícil? Por que por mais que eu seja bombardeado e esteja no chão eu sempre levanto e grito: MAIS UMA RODADA! Por que simplesmente não levantar a bandeira branca?
   Não sei. Talvez seja um processo do senhor subconsciente me enchendo o saco. Mas sou desse jeito. Seja um processo racional ou instintivo, isso não importa. Só sei que é preciso bem mais para me derrubar.
   Conforto? Talvez o mundo realemente acabe em 2012.
   Até lá, cá estarei eu, provavelmente lutando com alguém, alguma coisa ou comigo mesmo.
   Que saco ser eu mesmo...

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